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Metodologia da Escola EMEF Pres. Campos Salles

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Olá,  neste post vou falar com mais detalhes sobre a metodologia da escola EMEF Pres. Campos Salles.



Como eu disse no post anterior os alunos não tem aulas, trabalham com roteiros elaborados pelos professores.

O primeiro roteiro para todos os alunos é sobre o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola que foi construído em parceria com a comunidade e contém entre outras coisas os princípios da escola e os dispositivos pedagógicos de acordo com a faixa etária dos alunos. Daniela a coordenadora da escola nos contou: “O que está no PPP é articulado pela coordenação com os professores o tempo todo para que aconteça na prática. É um PPP real, não é burocrático, quando você lê o PPP e você vê a escola funcionando você vê que o que está lá de fato ocorre”.

A partir do segundo roteiro os alunos escolhem o roteiro que querem fazer. Cada aluno termina no seu tempo, que pode variar de dois dias a uma semana. Quando terminam é feita uma avaliação oral com o professor. Mas o professor está o tempo todo passando nas mesas e observando o desempenho dos alunos, se eles não estão copiando do colega entre outras observações. Quando o  aluno tem dúvida  primeiro ele pergunta para os seus colegas de equipe. Se não souberem resolver ele levanta a mão e chama o professor.

Quando o aluno termina o roteiro é feita um avaliação. Caso o professor na avaliação perceba que o aluno ainda tem algum conceito que não atingiu orienta o aluno a rever  a atividade e refazer. Se o aluno passar na avaliação, escolhe outro roteiro e se junta a uma equipe que está com o mesmo roteiro que ele. Os professores usam como referência para elaboração dos projetos a Base Curricular Nacional e o Direito de Aprendizagem da Prefeitura. Mesmo com as escolhas dos temas esse currículo é seguido.

Tem quatro tipos de roteiro. Integrado, é o roteiro que citei acima. O roteiro intermediário que é para o estudante que está no início do processo de alfabetização. O roteiro avançado para os estudantes com dificuldades de aprendizagem. E os roteiros temáticos que pode ser sobre algo que está acontecendo na comunidade, este roteiro dura um dia e todos os alunos do salão realizam ao mesmo tempo.

Acontecem também oficinas para a construção de conceitos. Tem oficinas de produção de texto, de Matemática, de Inglês e Artes. Trabalham com um roteiro mais enxuto que vai explicando sobre o tema.  As oficinas são feitas em grupos menores, em salas menores. No final da oficina tem uma proposta para o estudante realizar.

As notas são dadas no dia do conselho de classe com a participação dos estudantes e professores. “A gente senta para conversar sobre o processo de cada estudante e juntos atribuímos uma nota para cada processo. O sonho é fazer um relatório, descrever o processo” disse a coordenadora Daniela.

A Campos Salles possui uma Comissão Mediadora que é responsável pela resolução de conflitos. Em toda escola há conflitos e lá não é diferente. Crianças brigam e pais são chamados para conversar. Lá eles são recebidos e conversam com 10 alunos da mesma idade do seu filho, mediados pela coordenação e pelos professores. Mas são raros os casos que isso acontece. Isso porque os conflitos são resolvidos antes de precisar chamar os pais. Após os alunos que brigaram se acalmarem afinal ninguém consegue  conversar durante uma briga, são convocados pela comissão mediadora, cada sala tem a sua comissão. Eles conversam, ouvem, falam o que pode ser feito para melhorar e cada membro da comissão falam uma qualidade dos alunos que brigaram. É a partir do 4º ano que essa comissão participa ativamente das tomadas de decisões, nos anos anteriores os alunos estão se constituindo então os adultos interferem bastante.


Há também a República dos Estudantes, pode se candidatar quem participa da Comissão Mediadora. É formada por um prefeito, um secretário da comunicação, vereadores escolhidos por votação. Essa Republica cuida dos interesses dos alunos e do bom funcionamento da escola. O que eles propõem e aprovam e transformado em lei e é colocado em prática.
Acontecem também Assembleias para estipular uma regra ou decidir uma ação. Sempre é decidida em votação por todos os alunos da escola.

Como em toda escola tem reprovação. A coordenadora Daniela nos contou como funciona. “Não é unilateral, a decisão do estudante também conta, vamos ter uma conversa com ele, com a família, a equipe gestora. A opinião do estudante não é decisiva, quem decide é a equipe pedagógica da escola mais ele é ouvido. No ano passado tivemos um aluno do 3º que estava relutante, disse que ia melhorar. Não o reprovamos e este ano ela avançou muito.”

Como em escolas tradicionais os alunos levam lição para casa. Uma aluna da Comissão Mediadora nos disse: “Às vezes a professora coloca conta pois esta passando nas mesas e vê que tem gente que tá com dificuldade de fazer, aí coloca conta de mais, menos,  de dividir ou vezes”.

Os alunos de inclusão são beneficiados nesta metodologia  já que a inclusão acontece organicamente, respeita o ritmo e o tempo do estudante.

Vale a pena ir conhecer essa escola e ver de perto esta metodologia inovadora.


Segue um vídeo que mostra a escola EMEF Pres. Campos Salles e fala um pouco sobre sua metodologia:


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